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21/08/2017

A LUZ NO FIM DO TÚNEL CHEGOU!

A LUZ NO FIM DO TÚNEL CHEGOU!

Os momentos que sinalizam uma mudança de cenário são tipicamente mais difusos, com indicadores apontando para diferentes interpretações. Isso se aplica tanto para quando se desenha o fim de um período de crescimento quanto para o encerramento de uma recessão. Na literatura da área denominamos isso de “turning points”. Os últimos dois meses de indicadores econômicos no Brasil é uma mostra de que estamos diante dessa transição.

 

De um lado há números ainda ruins relacionados, por exemplo, ao comportamento do mercado de trabalho. A taxa de desemprego está em 13% e, se considerarmos aqueles que também estariam em condições aquém do ideal – conceito de subutilização – chegamos a uma taxa de quase 24%. Isso dá cerca de 30 milhões de pessoas dentre desempregados e/ou que estão trabalhando menos do que gostariam. A produção industrial mostra estabilidade e quando abrimos o indicador há segmentos que estão em expansão, como é o caso daqueles relacionados ao metal-mecânico, ao passo que outros, como a indústria de alimentos, petroquímico e móveis, ainda estão no terreno negativo. O mesmo podemos constatar com as vendas do comércio. No indicador agregado é possível notar uma recuperação, mas essa é bem distinta, com resultados melhores para vestuário, eletrodomésticos e materiais de construção, mas ainda baixa para supermercados, móveis, combustíveis e lubrificantes.

 

Do lado positivo podemos ver o forte recuo da inflação que ajuda a derrubar os juros e baratear o crédito e custos dos financiamentos ao investimento, uma safra agrícola que deve ter um desempenho cerca de 30% maior que 2016 e um recorde de superávit na balança comercial. Para consolidar essa percepção, a última divulgação dos números do Banco Central, indicam uma estabilidade do PIB para o segundo trimestre, talvez até com uma pequena variação negativa. Já podemos dizer que o fim do ciclo recessivo se desenhou nesses últimos três meses e só não é mais perceptivo para a população porque não é da característica desse momento um resultado disseminado. Ainda estamos diante de muitas notícias ruins relacionadas ao campo político e as incertezas eleitorais para 2018 inibem uma melhora mais generalizada para os indicadores de sentimento e confiança, atrasando decisões de investimento e consumo. Além disso, para que a recuperação seja “palpável” para o cidadão é importante que os indicadores do mercado de trabalho sinalizem melhora.

 

Até então podíamos dizer que a legislação trabalhista no Brasil emperrava essa evolução e esse será o momento ideal para testar o quanto que as recentes mudanças podem ser consideradas importantes para o destravamento do crescimento econômico e social no Brasil. Porém, não se visualiza no horizonte um crescimento sustentável, mesmo porque o que sobrou das políticas econômicas equivocadas do passado foi uma dívida elevada e crescente, aliada a um modelo de setor público inchado e deficitário e que não consegue atender a sociedade. Tudo isso irá demandar muito esforço de reformas em todas as áreas. Mas esse é um outro capítulo, que deve entrar na pauta das discussões do País que queremos para as próximas décadas.

 

Igor Alexandre Clemente de Morais – Economista

Assessor Econômico do Sinborsul

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