Numa promoção do Sindicato das Indústrias de Artefatos de Borracha no Estado do Rio Grande do Sul (SINBORSUL) ocorreu, nesta segunda-feira, dia 24 de junho, um debate sobre economia, às 17h, no Centro das Indústrias, em São Leopoldo.
O Cenário econômico e tendências do setor da borracha foi o tema em pauta, a cargo do economista Igor Morais. O palestrante possui pós-doutorado em inteligência artificial, pela universidade da Califórnia, e também tem publicado livros e artigos sobre economia e finanças. É economista-chefe da Vokin Investimentos, consultor econômico do SINBORSUL e sócio-fundador da Wise & Trust – Digital Asset.
Ao saudar os gestores das empresas associadas e filiadas, o presidente do SINBORSUL, empresário Gilberto Brocco, destacou a
importância de promover atividades que apresentem as novidades sobre o setor. “Prospectar novas demandas, a partir da análise e da indicação de tendências do mercado, contribui para que tenhamos ‘um olhar’ mais apurado sobre o segmento”, destaca Brocco. A ocasião também propiciou estreitar relações com os demais profissionais do ramo, ampliando o networking empresarial.
SITUAÇÃO ATUAL – Segundo o economista Igor Morais, o ano de 2019 iniciou de forma bem tímida para o Brasil. “A indústria perdeu tração e impactou o mercado de trabalho e as vendas do comércio, sendo que a menor expectativa com a economia prejudicou os investimentos”, justifica. A perspectiva do PIB crescer menos de 1% em 2019 é uma tendência real. No entanto, o cenário no RS se diferenciou um pouco do nacional. “A despeito das dificuldades fiscais no Governo, os bons resultados da agropecuária e das exportações ajudaram setores importantes da economia local”, salienta Igor. “A indústria do RS se beneficiou com a maior produção de cellulose, derivados de petróleo e veículos, que acabaram puxando todo o setor metalmecânico.
Conforme pesquisas, desde 2004, o setor perde participação na economia estando, atualmente, no menor patamar da história. A atividade agropecuária segue com participação estável sobre o PIB, mas a indústria foi o setor que mais sentiu essa crise. “Esse movimento foi influenciado por diversos fatores, entre os eles o fato dos governos anteriores atuarem com foco no consumo e menos na produção, além da aplicação da nova matriz econômica, que apenas distorceu preços e gerou incertezas na economia”. A ideia de reindustrialização o País nunca fez tanto sentido como nesse momento. “É o segundo trimestre com queda da produção industrial e a tendência é de um ano mais fraco. A indústria de transformação também desacelerou e deve apresentar novos números negativos”, afirma.
A despeito da crise na Argentina, que limitou as exportações industriais brasileiras, “o que vemos no agregado é um avanço contínuo, em termos de valores, nos últimos três anos, com tendência de continuar a crescer. A desvalorização da taxa de câmbio durante o primeiro trimestre ajudou na receita da indústria com exportações. Já os melhores resultados no comércio estiveram relacionados ao ”comércio varejista ampliado”, que contempla, além das atividades anteriores, também a venda de materiais de construção e de veículos. Porém, mesmo esses dois segmentos já dão sinais de esgotamento, em especial a venda de veículos, analisa. Por outro lado, a atividade de serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação, sustentaram o setor.
Pesquisas realizadas com consumidores, pela CNI, apontam que existe menos receio da inflação alta, do que que há dois anos atrás, embora ainda há um temor quanto ao desemprego. Já outra pesquisa realizada pela Fecomércio sinaliza que as pessoas do sexo masculino, que recebem mais de 10 salários mínimos, estão mais confiantes no cenário atual. A menor confiança vem das mulheres, na faixa de menos de 10 salários mínimos. Segundo Igor, todos os dados apresentados consideram as pesquisas realizadas pelo IBGE, CNI e Fecomércio.
Na opinião do economista, a possibilidade de aprovação da reforma trabalhista, se for concretizada, poderá gerar mais segurança e diminuir o déficit. “Não iremos resolver tudo, mas a partir de setembro as expectativas poderão melhorar, com mudanças positivas para 2020”, enfatiza Igor.
Fonte:
Neusa Medeiros
Jornalista - Reg. Profissional nº 5.062
Assessora de Imprensa do SINBORSUL
Edição 3 - Comunicação Empresarial Ltda.